Já pensou que passamos boa parte da nossa vida vendo stories alheios ou até o nosso próprio? Enquanto as coisas acontecem à nossa frente, muitas vezes nos preocupamos em filmar, tirar foto e gerar algum conteúdo para a rede social.
Diante da vida real, nos comportamos como se estivéssemos na rede social vendo as coisas pela tela do nosso próprio celular. Isso nos priva de viver o momento, curtir o agora com tudo que está acontecendo na vida real. Há em muitos uma necessidade de mostrar aos outros o próprio protagonismo que sequer apreciam o desenrolar dos seus atos (causando até acidentes). Vale tudo por um like!
Cansei de ver em eventos a seguinte situação (inclusive eu já fiz isso): enquanto a maioria está tentando pegar o melhor ângulo para as imagens do seu aparelho, alguns se preocupam em apreciar o momento e guardar em sua memória toda a experiência. Celulares, câmeras, computadores e toda tecnologia estão aí para serem usados e são extremamente úteis no nosso dia-a-dia, mas não podemos deixar de curtir cada momento da nossa vida.
Mostrar aos outros nossas experiências é legal, mas geralmente só publicamos os bons momentos e criamos a impressão de “vida perfeita” nas timelines das redes sociais. Se cada um faz isso no seu perfil, passamos a ter uma percepção da realidade equivocada porque os momentos ruins geralmente nunca aparecem. Ao comparar as inúmeras publicações com a realidade da nossa vida pessoal, caímos no erro de achar que a nossa vida é uma merda. A autoestima cai, vem a sensação de isolamento (já que só você tem problemas) podendo gerar ansiedade, depressão e se agravar até ao suicídio.
Apresento a vocês um vídeo da Brasil Paralelo fazendo uma referência da “Caverna de Platão” com a ilusão das redes sociais. Assista que vale a pena.
A tecnologia está aí para ser usada, mas precisamos entender até onde ela nos afeta e atrapalha nossa vida. A partir do momento em que as notificações começarem a chamar nossa atenção ao ponto de atrapalhar a concentração nos trabalhos diários, está na hora de parar e analisar. Será que estamos aproveitando cada momento ou simplesmente terceirizando isso para a memória dos aparelhos para ver depois (e quase nunca vemos)?
Eu estava pensando como os apóstolos e discípulos de Jesus conseguiram lembrar de tanta coisa para escrever os evangelhos e demais livros da bíblia e lembrei de um detalhe: eles não tinham celular.