Contextualizando a capa do novo single

Impostor é uma canção que foi nos cedida pelo amigo e parceiro Renê Camelo. A temática representa o conflito interno que temos entre “buscai as coisas do alto” (Colossenses 3, 1) e a “concupiscência da carne” (Tiago 1, 14). Aos olhos do mundo, a renúncia aos prazeres passageiros visando a eternidade parece loucura. Esse propósito não se sustenta por si só, mas pela completa dependência que temos da graça de Deus nessa luta diária para se manter de pé diante das inúmeras tentações.

Convivemos com um “Impostor” procurando a saciedade imediata

Convivemos com um “Impostor” procurando a saciedade imediata, o prazer oportuno e aquelas facilidades que quase sempre nos dão dor de cabeça depois. A saciedade pode ser imediata, mas não é perene e logo queremos mais. Isso nos torna dependentes de um prazer momentâneo que, aos poucos, vai minando a razão até respondermos apenas por instinto.

Não é à toa que somos convidados a trilhar caminhos tortuosos para, enfim, chegarmos à porta estreita por onde não passa nenhum dos penduricalhos desse mundo. A busca pelas coisas do alto se torna mais difícil a cada dia, porque nos exige renúncias. Vamos deixando para trás o supérfluo à medida que avançamos para águas mais profundas até nos encontrarmos em um mar de graças onde somos totalmente dependentes de Deus.

Voltando ao assunto desse texto: a capa do single…(viajei um pouco). Vemos nela a representação de agonia com um misto de bizarrice ou até loucura mesmo. Acho que isso mostra um pouco do que passamos nas nossas lutas diárias para nos manter “na linha” (confissão, oração, eucaristia, etc), mas ninguém fica no nosso pé exigindo isso. Para o católico praticante, é apenas a consciência (iluminada por Deus) apontando os próprios erros. Diante dessa situação, restam duas opções: ignorar esse incômodo, mantendo-se a caminho do inferno, ou resolvê-lo mais uma vez usando o que a igreja nos ensina.

O anel com a oração do “Pai Nosso” me fez lembrar a parte “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Essa parte nos obriga a resolver aquele incômodo outra vez e assim vamos de quedas e tropeços até nos ajeitar virtuosamente para os céus.

a boca fala do que está cheio o coração

Mateus 12, 34

Talvez a parte da boca seja a mais incômoda nessa imagem. De fato é mesmo. O próprio Cristo disse aos fariseus que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12, 34) e deixo aqui uma pergunta: o que tem saído de nossas bocas ?

Recebemos algumas reações de espanto, surpresa ou até decepções com a representação da capa e decidi explicar para vocês um pouco do que ela representa. Por fim, agradecemos ao Fernando Castro Olyver que soube expor visualmente de forma magistral o contexto dessa música.

Aprecie e comente nas redes sociais da banda o que você achou. Abraço e até a próxima !